sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas festas

Caros Amigos 2011 está a terminar, e é com perplexidade e apreensão que os cidadãos vêm chegar o novo ano. Em 2010 e 2011, mobilizámo-nos para defender o Museu do Artesanato regional contra os projectos de desmantelamento, cujo objectivo era disponibilizar os respectivos espaço e meios de exposição para a implantação de um pretenso “Museu do Design”, na prática para valorização de uma colecção particular. Defendemos publicamente as nossas opiniões em defesa do nosso património e das marcas da sua identidade. Apelámos à opinião pública, e recolhemos centenas de adesões às nossas posições. Denunciámos à Comissão Europeia os atropelos cometidos, e a utilização indevida de financiamentos públicos para fins diversos daqueles para que tinham sido contratados. A Comissão Europeia abriu um processo, cujos resultados estamos a aguardar, mas que já forçou os promotores do “Museu do Design” à abertura apressada de uma exposição sem brilho, que ainda nem sequer foi inaugurada um mês volvido sobre o seu início. A mediocridade do resultado e a menorização da presença do artesanato alentejano na sala do Celeiro Comum, agora maioritariamente ocupada com peças de design, vieram confirmar a razão do nosso protesto e mostrar-nos que devemos prosseguir com a nossa intervenção em prol da arte popular do Alentejo. A democracia é um regime de cidadãos, e a cidadania exerce-se no escrutínio permanente dos actos daqueles que estão investidos de algum poder, que lhes foi delegado pelo povo em quem reside a soberania. Por isso, em 2012, sem desânimos, vamos continuar. Boas Festas para todos! A Direcção

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Posição da Perpetuar Tradições sobre a abertura do pretenso Museu de Artesanato e Design

1.No passado dia 10 do corrente, e após um ano de encerramento do Centro de Artes Tradicionais – Antigo Museu do Artesanato, reabriram as portas do Celeiro Comum para apresentação de um pretenso “Museu do artesanato e do design” (MADE) a inaugurar lá para Dezembro, conforme informaram os promotores do negócio. A abertura foi discreta, o que se compreende face ao aspecto de impreparação e de falta de qualidade com que o visitante é confrontado, e que evidencia a pressa com que foi decidido reabrir as portas do Celeiro Comum, para marcar calendário perante o inquérito desencadeado pela Comissão Europeia no seguimento da denúncia apresentada pela Perpetuar Tradições. E a pressa foi tanta, que nem sequer foi retirado da fachada do Celeiro Comum o pendão que lá está desde 2007 anunciando a exposição”Marcas de Identidade”, exposição permanente de artesanato do Centro de Artes Tradicionais…

2.A belíssima nave do Celeiro Comum perdeu agora mais uma parte significativa do seu espaço de exposição, parte essa que foi ocupada por um gabinete para a direcção do MADE, por um espaço de biblioteca, e mais outro para reservas, cortando aliás a leitura da sala. O auditório onde se apresentavam filmes do realizador Francisco Manso sobre a produção artesanal de região, está fechado. Dos dois ecrans de plasma em que se projectavam pequenos filmes mostrando como se produzia esta ou aquela peça, resta apenas um. Os monitores através dos quais se acedia ao registo dos artesãos, às suas produções, e à história e ao acervo do Museu do artesanato, desapareceram. Do artesanato do Alentejo, que ocupava quase toda a nave do Celeiro Comum, resta apenas uma pequena exposição ocupando um terço ou menos do actual espaço expositivo, sem metodologia clara, sem enquadramento escrito, com tabelas feitas em geral sem critério e sem informação adequada, e na qual não se vê agora boa parte dos tipos de peças artesanais representativas do território e que se encontravam anteriormente representadas na exposição permanente “Marcas de Identidade” do Centro de Artes Tradicionais. Do total da estantaria que esta última ocupava, apenas metade continua agora ocupada com artesanato alentejano. Em contrapartida, as restantes 25 estantes do Centro de Artes tradicionais estão agora numa exposição de peças de design, e a zona central da nave, tradicionalmente ocupada com exposições temporárias de artesanato, apresenta agora mais design, numa exposição de cadeiras. Quem pudesse ter dúvidas quanto às reais intenções dos promotores do MADE – coleccionador Paulo Parra, Turismo do Alentejo e Câmara de Évora – e que foram também anteriormente os subscritores do protocolo de criação do “Museu do Design – Colecção Paulo Parra”, perceberá agora que o artesanato alentejano só ficou presente residualmente no espaço do Celeiro Comum para servir de álibi face às críticas da opinião pública e ao inquérito da Comissão Europeia.

3.O projecto do Centro de Artes Tradicionais – Antigo Museu do Artesanato, que foi cuidadosamente definido na sua museologia e na sua museografia e largamente publicitado junto das autarquias, artesãos e mais interessados antes da sua concretização em Setembro de 2007, teve o acompanhamento científico do Instituto Português de Museus, da Universidade de Évora, e da Comissão Interministerial para o Artesanato. Foi um projecto elaborado em estreita ligação com a comunidade, e que por isso teve a sua concretização apoiada financeiramente apoiada pelas autoridades nacionais e comunitárias. Encontra-se agora irreconhecível, gravemente mutilado e em risco de desaparecer, tal como o antigo Museu do Artesanato após o seu encerramento em 1991. Em seu lugar encontra-se algo indefinido, sem projecto divulgado, numa falta de transparência que não augura nada de bom, e confirma as preocupações de que se está perante uma utilização indevida de meios públicos. E a afirmação propagandística de que o MADE vai ser integrado na Rede Portuguesa de Museus não resiste à apreciação que anteriormente foi feita pelas entidades competentes, segundo a qual o espaço disponível no Celeiro Comum não viabilizava tal solução, levando na altura à substituição da designação de Museu do Artesanato Regional pela de Centro de Artes Tradicionais – Antigo Museu do Artesanato.

4.Importa recordar os factos que levaram à movimentação cívica que culminou na criação da Perpetuar Tradições – Associação de defesa do artesanato do Alentejo, e na intervenção pública desta em defesa do antigo Museu do Artesanato. O abandono a que foi votado o Centro de Artes Tradicionais , as repetidas declarações da Turismo do Alentejo alegando não ter vocação para gerir um Museu, o protocolo de 25.03.2010 de criação do Museu do Design – Colecção Paulo Parra ocupando as instalações do Centro de Artes Tradicionais, a posterior “emenda” feita em Julho do mesmo ano mudando-lhe o nome para Museu do artesanato e do design, o posterior encerramento do Centro de Artes tradicionais e, um ano volvido, a abertura à pressão de um MADE visivelmente improvisado, sem projecto divulgado e sem qualidade, tudo isto evidencia aquilo que os promotores deste negócio gostariam de esconder : o desprezo pela cultura popular e pelas suas manifestações. Por tudo isto, a Perpetuar Tradições entende que se justificou todo o trabalho até aqui desenvolvido em defesa do artesanato do Alentejo e do seu Museu. E a garantia de que, em nome desse objectivo, vamos continuar !

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Entidade Regional Turismo Alentejo abre Museu do Design amanhã

Pressionada pela Comissão Europeia

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo (ERTA) pretende abrir amanhã, 11 de Novembro de 2011, de forma aparentemente discreta o novo Museu privado de Artesanato e Design que substituirá o Centro de Artes Tradicionais antigo Museu de Artesanato Regional de Évora existente desde 1962.

Aparentemente estará na origem desta decisão a pressão, pela Comissão Europeia, de fiscalizar a manutenção do projecto de Artesanato, cuja recuperação custou aos cofres Europeus - há apenas 3 anos - cerca de um milhão de euros, projecto que a ERTA defende será continuado nas mãos deste privado.

Na origem da queixa à Comissão Europeia está a Associação Perpetuar Tradições, que tem vindo a lutar pela manutenção do projecto original de Artesanato do CAT e sistematicamente vem denunciando esta entrega de património público a um privado, sem concurso público ou razão justificável. A ERTA que se justifica “sem meios” e “sem vocação” para “manter museus” será também, em protocolo já estabelecido com a Câmara Municipal de Évora, o garante financeiro deste projecto “privado” que pode ascender a mais de um milhão de euros para o contribuinte, arcando estas entidades durante pelo menos uma década com despesas que vão desde a conta da água a aquisições de novas obras.

Embora aparentemente e oficialmente abrindo portas amanhã não é conhecido se o novo Museu de Artesanato e Design estará de facto aberto ao público a partir desta data.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Évora - Centro de Artes Tradicionais de portas fechadas

O espaço onde funcionou o Centro de Artes Tradicionais (CAT) agora destinado ao Museu do Design e do Artesanato - «Colecção Paulo Parra», está de portas fechadas. Quem o garante é Tiago Cabeça, da Associação Perpetuar Tradições, entidade que tem a decorrer uma queixa junto da Comissão Europeia (CE) contra o encerramento do antigo espaço. A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e a autarquia de Évora permanecem em silêncio. Ana Clara | segunda-feira, 24 de Outubro de 2011 In Café Portugal Tiago Cabeça, da Associação Perpetuar Tradições, faz ao Café Portugal um ponto de situação sobre o encerramento do Centro de Artes Tradicionais e garante que «o alegado Museu do Artesanato e Design, tanto quanto sabemos, ainda não abriu, nem tem data de abertura prevista ou, pelo menos, conhecida». Entretanto o processo que aquela associação desencadeou junto da CE «continua os seus trâmites», uma acção que se insurge contra o encerramento do antigo CAT e que irá «destruir um projecto de preservação da nossa memória colectiva». Em causa, argumenta, está a alegada «violação da regulamentação comunitária e nacional em matéria de duração de vida dos empreendimentos financiados com fundos comunitários». «Em resposta a um pedido de informações da nossa parte à CE foi-nos respondido que decorria até há poucas semanas o prazo para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), entidade responsável pela aplicação local daqueles fundos europeus, alegar de sua justiça», informa Tiago Cabeça. O responsável insiste nas críticas e realça que «num contexto de gravíssima crise económica e social como a que vivemos no nosso país, seria no mínimo uma grande insensibilidade a Câmara Municipal de Évora e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo colocarem às costas do contribuinte as despesas de um “Museu” privado que poderão ascender a mais de um milhão de euros». E adianta: «Cremos que uma posição inteligente e racional, mesmo do ponto de vista do contribuinte, seria recolocar tudo como estava antes no CAT e deixar este privado encontrar, e pagar, um museu que lhe agrade onde lhe agrade». Por tudo isto, Tiago Cabeça considera que «se deviam chamar associações de defesa do património, de artesãos, culturais e de cidadãos interessados na sua cultura e história e com estes continuar o projecto do CAT, melhorando-o». O dirigente da Perpetuar Tradições refere que «esta é uma altura de trabalharmos em conjunto na defesa daquilo que nos distingue e valoriza e não o seu contrário». «De outra forma também poderemos colocar a questão: qual a legitimidade de destruir a memória e o património público desta forma? Como devemos responsabilizar quem o faça?», questiona. Recorde-se que a decisão da localização do novo museu do design, aprovada em reunião pública de câmara de Évora (PS) em Abril, mereceu contestação dos defensores da preservação de um espaço que acolhe o acervo de artesanato da Entidade Regional de Turismo. O edifício, no centro de Évora, gerido pelo Turismo do Alentejo e fruto de uma parceria entre a ERT Alentejo, a Câmara de Évora e o coleccionador Paulo Parra, tem como finalidade acolher o museu de design, e, segundo os responsáveis, tem como objectivo a coexistência dos dois espólios e das duas actividades. A «Perpetuar Tradições», criada há cerca de um ano, assume-se como a voz da defesa do artesanato alentejano e apoia-se na luta contra o «fim» do CAT em Évora. O Café Portugal tentou obter mais pormenores junto da Câmara de Évora e da ERT Alentejo, mas até ao momento não conseguimos obter resposta de ambas as entidades.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Se houver bom senso o Museu do Design não irá abrir portas






Carmelo Aires, membro da direcção da associação Perpetuar Tradições que defende a manutenção do Museu do Artesanato

18:31, quinta-feira, 16 de Junho de 2011

Luís Maneta | in Registo


Qual o fundamento da queixa apresentada pela Perpetuar Tradições em Bruxelas?
Não é propriamente uma queixa. Trata se de uma denuncia a Bruxelas por incumprimento de regulamentos comunitários relativos ao financiamento de projectos. Em termos práticos quer dizer que o projecto que conduziu à execução do Centro de Artes Tradicionais, vulgo Museu do Artesanato, foi coberto financeiramente, entre outros, por verbas do terceiro Quadro Comunitário de Apoio, sendo que esses fundos são aplicados ao abrigo de regulamentos comunitários que implicam uma serie de obrigações. Nomeadamente a manutenção do projecto durante um determinado período de tempo, tal como apresentado na candidatura, o não desvio dos objectivos do projecto e a manutenção dos postos de trabalho. Ou seja, aquilo para que a Comissão Europeia deu o dinheiro tem de ser cumprido.

E isso não aconteceu no caso do Museu do Artesanato?
O projecto foi acompanhado por uma comissão cientifica formada pela Universidade de Évora, Museu de Évora, Instituto Português de Museus, um representante da antiga Comissão Inter Ministerial para o Artesanato, ou seja uma comissão formada por pessoas competentes dentro desta área e que atestou a sua validade cientifica, tendo sido a Região de Turismo de Évora que o executou e se candidatou aos fundos comunitários.

E depois?
Quando a Região de Turismo de Évora se extinguiu e essas responsabilidades passaram para a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo verificou-se um decréscimo do interesse da parte dessa entidade relativamente à manutenção das responsabilidades que lhe competiam por herança, digamos assim, quando ao projecto. O Museu do Artesanato foi deixado progressivamente ao abandono.

Desinvestiu-se?
Desinvestiu-se, efecutaram-se retiradas do acervo com justificações de que os custos não cobriam minimamente as despesas, deixou-se de promover exposições temporárias e o núcleo central da exposição, valiosa do ponto de vista da riqueza do artesanato, foi-se perdendo. Retiraram-se verbas, funcionários, até que o projecto deixou de andar para a frente. Contrariamente àquilo que era de esperar, que depois da fase de instalação se incentivasse uma nova dinâmica com ligação às escolas, que estava prevista, e aos artesãos, tal como consta da memória descritiva apresentada a Bruxelas, notou-se uma regressão de todos estes aspectos.

Acha que foi uma decisão intencional?
Achamos que foi intencional porque não se encontram outras razões que justifiquem estas atitudes. Alguns dos argumentos utilizados, como a falta de recursos financeiros, acabam depois por vir a ser desmascarados quando aparece o protocolo assinado entre a entidade que tem a responsabilidade do projecto, a Câmara Municipal de Évora, e o coleccionador Paulo Parra.

Em resumo: entende que foram utilizados apoios comunitários para um projecto que não foi executado como estava previsto. Esse dinheiro terá de ser devolvido?
De facto o projecto não foi executado, não foi cumprido nos prazos, objectivos e portanto agora temos vários graus de responsabilização que podem ser accionados pela Comissão Europeia. Primeiro vai-se verificar se há ou não matéria para levantar um inquérito e nós entendemos que há. Depois serão ouvidas as entidades nacionais responsáveis, em primeira linha, por vigiar e estabelecer o controle dos dinheiros comunitários aplicados ao projecto e depois a Comissão decidirá e proporá ao Estado Membro a solução a adoptar. Se este não der resposta satisfatória, será interposta uma acção que pode ir até à devolução das verbas. Digo que pode ir porque haverá cenários intermédios.

O projecto inicial foi comprometido?
Se não fosse assim não tínhamos avançado com esta denúncia. Antes de fazer a denúncia fizemos contactos e tentamos por várias vezes durante seis meses que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo resolvesse, como era sua responsabilidade, o problema do incumprimento. As respostas que nos dão ao fim desses tempo é a de que oficiaram por duas vezes a Turismo do Alentejo.

Houve omissão pela CCDR?
Não fizeram o que lhes competia no controle da aplicação das verbas num quadro comunitário de apoio e por isso ainda demos uma data limite para que nos fosse dada uma resposta concreta. Ultrapassado esse prazo avançámos com a denúncia. Sempre dissemos que iríamos utilizar todos os meios legais ao nosso alcance para eliminar este desvirtuamento e liquidação do projecto do Museu do Artesanato e que iríamos directamente mais acima, até Bruxelas. Demos tempo mais do que suficiente para obter uma resposta.

Esta é a única forma de parar o projecto?
Neste momento o processo está em Bruxelas onde já tem catalogado o número que o identificará. A denúncia está oficialmente registada e aguardamos que a Comissão Europeia através dos serviços competentes nos diga o que e se vai passar. Naturalmente que seremos também ouvidos durante o decurso deste processo.

Acredita que tudo possa voltar atrás e que o Museu do Artesanato seja reaberto?
Não posso pensar de outra forma. Seria muito mau se um projecto que não é cumprido, que é desvirtuado, acabasse por manter-se nesta situação com a complacência das autoridades nacionais e de Bruxelas. Isso levar-nos ia a tirar outras ilações que não queremos sequer acreditar possam existir. Fizemos todas as diligências nacionais e elas não resultaram. Fizemos esta junto de Bruxelas e estamos convencidos que, pelo menos, o processo de criação do Museu do Design terá que parar e ser repensado.

Não conheço ninguém, além da Câmara de Évora, da Turismo do Alentejo e do próprio coleccionador que defenda esta solução, pelo menos de forma pública? Porquê esta insistência no projecto?
Sabe que eu tenho feito essa pergunta a mim mesmo. O que é que levará a Câmara de Évora e o responsável da Turismo do Alentejo a prosseguir neste caminho? A Câmara Municipal de Évora diz que entra nisto porque a Turismo do Alentejo lho propôs. A ERT diz que foi a Câmara que iniciou a abordagem com vista a uma solução para acolher a colecção de Paulo Parra. Não sei quem é que começou, quem está a falar verdade. O que é facto é que o presidente da Turismo do Alentejo, nas suas várias intervenções públicas, tem posto uma tónica grande em tudo aquilo que é regional, na nossa matriz cultural, na nossa identidade.

Mas neste caso?
Neste caso concreto, a sua actuação é totalmente ao arrepio do que diz no contexto de outras marcas de identidade cultural. Se há alguma questão de natureza política ou pessoal por parte destas entidades não sei. Na Perpetuar Tradições, as pessoas que estão envolvidas são de espectros políticos vários e aquilo que nos move são razões de verdadeira cidadania pelo que a nossa posição não é político-partidária. É uma posição política, e ainda bem que é porque representa aquilo que de mais nobre existe na política, o assumir de posições em defesa daquilo em que acreditamos.

A associação não está contra um Museu do Design?
Exacto. Apenas achamos que não é compatível coexistir o Museu do Artesanato com o do Design industrial. Em primeiro lugar pelas características do espaço, que de si já é exíguo e não podia ser considerado museu por não poder cumprir todas as alíneas que o Instituo Português de Museus exigia para que fosse considerado como tal. Depois porque esta mistura não faz sentido.

Como assim?
O Museu do Artesanato foi pensado para salvaguarda e divulgação da memória colectiva dos alentejanos traduzida na sua arte popular. Não é para ser misturável nem minimizada face a uma colecção de design industrial oriunda de um conceito de globalização e de fabricação que tem toda a sua dignidade e que, com vantagens até para própria colecção, poderia ser instalada num outro sítio. Indicámos sugestões às pessoa que defendem essa mistura, nomeadamente nos armazéns da Palmeira, que a actual Câmara sempre deixou ao abandono inviabilizando o Museu de Arte Contemporânea de Évora, áreas no edifício dos Leões onde há um curso de design e onde o próprio Museu teria todo o sentido existir.

Não é por falta de espaço que não se equaciona outra solução?
Não, não é por falta de espaço alternativos. Em todo o caso, compreendo que é mais fácil pôr os ovos onde já existe um ninho. Está ali um espaço que foi construído com verbas públicas, tem um acervo público, está no centro da cidade … e depois logo se tenta arranjar maneira de dizer que a pedra lascada também é design e ligar aquilo tudo com o artesanato, com o que não pode ser justificável. Além disto, há frases e justificações para esta coexistência que são megalómanas e ridículas como a de Évora se poder transformar numa capital do design e entrar no grande roteiro das cidades mundiais do design.

Como analisa o papel da Câmara de Évora em todo este processo?
O actual mandato tem muito poucas obras que se possam ver. A concretizar-se, o Museu do Design seria algo mais que se apresentava como realização mas mesmo assim seria um insucesso. A Câmara tem uma posição de teimosia em todo este processo. Tem havido pouca sensibilidade e conhecimento daquilo que é o artesanato e a arte popular em termos de conceitos e identificação. Quando a vereadora do pelouro diz que as peças do Museu do Artesanato se podem encontrar em qualquer loja da cidade penso que mostra a pouca sensibilidade sobre o acervo que ali está e mostra desconhecimento sobre todo o seu trajecto desde os anos 60 e todo o esforço das gerações que estiveram na sua origem.

Falou em teimosia?
Estabeleceu-se um braço de ferro, a partir da Câmara, entre quem defende aquele projecto, o coleccionador que quer ver a sua colecção valorizada num espaço central da cidade, e as personalidades de mérito reconhecido que compõem a Comissão Municipal de Arte, Arqueologia e Património. A comissão pronunciou-se contra este projecto. E a Câmara de Évora ignora esta posição? A própria ministra da Cultura afirmou em documento escrito que o Museu do Artesanato tem validade para continuar e ser reforçado e o seu parecer é negativo relativamente à mistura que se pretende fazer entre arte popular com design.

Entretanto, o Museu do Artesanato está fechado. E o do Design não abriu.
Já foram realizadas obras no edifício, não se sabe quais, que estão na área de protecção do Igreja de São Francisco. Foram efectuadas obras que não foram dadas a conhecer à Direcção Regional do Ministério da Cultura. A Primavera já lá vai e o museu ainda não está aberto, com tudo o que isso implica de prejuízo para a cidade numa altura em que o fluxo de turistas é crescente. Considero que se houver bom senso o Museu do Design não irá abrir portas e a via do diálogo deve ser privilegiada, sendo que a mistura da colecção de design com o artesanato e a arte popular, naquele espaço, é inegociável para a Perpetuar Tradições.

domingo, 12 de junho de 2011

GRUPO PRO-ÉVORA SOLIDÁRIO COM DENUNCIA À COMISSÃO EUROPEIA




"Queremos em nome do Grupo Pro-Évora manifestar o nosso apoio às Vossas diligências junto da Comissão Europeia sobre o encerramento do Centro de Artes Artesanais, Antigo Museu do Artesanato."

Fundado em 1919 o Grupo Pro-Évora é mais antigo grupo de defesa do património em actividade no nosso país e continua a apelar à consciência patrimonial dos eborenses e dos responsáveis pelas decisões que afectam a vida da cidade, para que saibamos ser merecedores da herança histórica que nos cumpre defender, valorizar e transmitir.

Celestino Froes David, Presidente do Pro-Évora, manifestou esta solidariedade à Perpetuar Tradições em nome daquela instituição que há mais de 90 anos se bate pela defesa do património Eborense.

sábado, 11 de junho de 2011

PERPETUAR TRADIÇÕES DENUNCIA À COMISSÃO EUROPEIA




DENUNCIADAS À COMISSÃO EUROPEIA IRREGULARIDADES NO ENCERRAMENTO DO CENTRO DE ARTES TRADICIONAIS, ANTIGO MUSEU DO ARTESANATO


No passado dia 10 de Maio, e em cumprimento de deliberações da Assembleia Geral, a Direcção da associação PERPETUAR TRADIÇÕES apresentou aos serviços competentes da Comissão Europeia uma denúncia formal do encerramento do Centro de Artes Tradicionais-Antigo Museu do Artesanato.

Para além da destruição de um projecto que salvaguarda a memória da nossa região num domínio importante da cultura popular, a nossa denúncia baseou-se no facto de o encerramento do C.A.T. ter por objectivo pôr os respectivos meios – espaço, equipamentos, nos quais se fizeram importantes investimentos públicos – ao serviço de objectivos diferentes daqueles que justificaram a concessão de subsídios comunitários.

Com a agravante de não ter decorrido o período mínimo previsto nos regulamentos da União Europeia para a duração de vida dos investimentos apoiados por fundos europeus.

Estes mesmos factos foram denunciados em Outubro de 2010 à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, entidade que tem a cargo a gestão dos financiamentos comunitários na nossa Região. Face à ausência de reacção deste organismo, e após várias insistências infrutíferas, a associação PERPETUAR TRADIÇÕES decidiu encaminhar a denúncia para as instâncias comunitárias.

Confirmada que foi a recepção do processo nos serviços competentes da Comissão, em Bruxelas, a PERPETUAR TRADIÇÕES vai agora divulgar esta diligência junto dos seus associados e da opinião pública, e de deputados portugueses no Parlamento Europeu.

Évora, 7 de Maio de 2011

A Direcção da PERPETUAR TRADIÇÕES

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Parceria publico privada "Museu do Artesanato e Design" avança contra a vontade da TROIKA.

Segundo Miguel Sampaio, que como dirigente local do Bloco de Esquerda se reuniu há poucos dias com o Presidente da Entidade Regional Turismo Ceia da Silva, estão a ser ultimadas as obras no edifício do Real Celeiro Comum (antiga localização do Museu de Artesanato de Évora desde 1962) para a instalação do futuro Museu do Design privado que será suportado por fundos públicos.

Esta parceria publico privada (PPP) irá iniciar-se após as recomendações expressas da TROIKA de extinguir este tipo de acordos. Essa uma das condições, entre outras, que permitiu justamente o resgate financeiro de Portugal.

Não foram referidos outros eventuais detalhes sobre este assunto em concreto. Sabemos no entanto que no encontro Ceia da Silva se terá lamentado pelas "más relações" que aparentemente atravessa com a Câmara Municipal de Évora (outra interveniente nesta PPP, assim como o coleccionador privado) nomeadamente a sua alegada "inviabilização" com a vereadora da cultura Cláudia Pereira.

Os custos, deste futuro museu privado integralmente a pagar pelo contribuinte, não são até ao momento conhecidos. Quer da parte do Turismo do Alentejo quer da parte da Câmara Municipal de Évora não existem estudos públicos sobre o assunto.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Prémio: Alguém se oferece para pagar um Museu de Design privado?...



"Todas as Parcerias Público Privado são para terminar o mais rapidamente possível."

Troika In TVI - Jornal Nacional, 5 Maio de 2011

sábado, 30 de abril de 2011

Prémio: Verticalidade escreve-se com estas letras




"É crucial que os decisores de politicas e os gestores públicos prestem contas e sejam responsabilizados pela utilização que fazem dos recursos postos à sua disposição pelos contribuintes."

Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal
In Expresso, 30 Abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

Qual é a coisa qual é ela que é privada por fora e paga pelo contribuinte por dentro?...



"Turismo do Alentejo quer privados a cuidar do património"

In Público 17 de Março de 2011


O Museu de artesanato de Évora, que existia desde 1962, foi encerrado pelo Turismo do Alentejo por, com a sua única empregada, "não ser auto sustentável".

O futuro Museu de design privado que o vai substituir vai ser - de acordo com o protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Évora, o Turismo do Alentejo e o coleccionador privado - suportado pelo contribuinte em todas as despesas, incluso no aumento de pessoal, onde se inclui o coleccionador e a sua companheira, futura directora do novo espaço.

E haverá concursos públicos ou, como no Museu de Artesanato de Évora, basta sermos um "ícone do design"?...




"Turismo do Alentejo quer privados a cuidar do património"

O presidente da Entidade Regional Turismo do Alentejo Ceia da Silva considerou ontem "urgente" a alteração do modelo de gestão do património cultural na região, sugerindo entre outras medidas, que a gestão seja entregue a agentes e estruturas privadas. (...) "É urgente e exige-se uma intervenção e nós vamos fazê-la no Alentejo" adiantou. Ceia da Silva deu como exemplo "significativo" e "positivo" o trabalho desenvolvido pelas Pousadas de Portugal há várias decadas, na recuperação de um vasto conjunto de imóveis. Esta foi uma das conclusões que o presidente da ERT retirou do Congresso Internacional Alentejo: Património do Tempo, que ontem terminou em Portalegre.

In Público, 17 de Abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Prémio: Lembrem-se de mim nas próximas autárquicas II porque tenho a certeza que é assim que ficaremos no EURO para todo o sempre!




"É certo que essa coabitação (Artesanato/Design) implicará, na prática, a afectação de espaços públicos recuperados com financiamento publico, para acolher também uma colecção privada."

"Não diabolizo as parcerias público-privado."

"É certo que o artesanato é popular e que o design se destina à industria e, portanto, dirão alguns (já ouvi) serve o capitalismo. Mas não estou certo que a questão se coloca agora nesses termos."


Professor Jorge Araújo
Ex reitor da Universidade de Évora
In Diário do Sul 14 de Abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Prémio: Contribuinte 2, Autosustentabilidade 0

"Foram hoje dispensados todos os jovens a recibo verde que trabalhavam no MUDE - Museu do Design e da Moda em LISBOA. O Funcionamento do Museu está actualmente a ser assegurado por funcionários da Câmara Municipal"

In ANTENA 3 - 1 Abril de 2011

Prémio: Lembrem-se de mim nas próximas autárquicas

“A recordação que guardo do Museu do Artesanato – visitei-o há alguns anos – era um conjunto esparso e decrépito de objectos, expostos sem qualquer sentido museológico”

Professor Jorge Araujo
Ex Reitor da Universidade de Évora in Diário do Sul 31 Março 2011

domingo, 27 de março de 2011

Cláudio Torres junta-se à defesa do Museu do Artesanato de Évora






sexta-feira, 25 de Março de 2011
In Semanário Registo


O arqueólogo Cláudio Torres – Prémio Pessoa 1991 – juntou a sua voz ao movimento de cidadãos que contesta o encerramento do Museu do Artesanato de Évora, por decisão da Câmara e da Entidade Regional de Turismo do Alentejo.
“Este museu, que certamente esteve abandonado, com pouco investimento, é uma necessidade cidadã”, disse Cláudio Torres durante o colóquio “Cultura Popular e Preservação da Memória”, organizado pelo Grupo Pro-Évora e pela associação Perpetuar Tradições, constituída para promover a defesa do artesanato alentejano.
Para o director do campo arqueológico de Mértola, e um dos mais reputados arqueólogos portugueses, a “capacidade de guardar” as “memórias do núcleo camponês de uma região” tem de ser “salvaguardada”. “Esta actividade tem de ser mantida, eventualmente com uma ligação estreia à universidade para incluir uma componente de investigação”.

Sublinhando que “nada impede” a criação de outros espaços culturais na cidade, designadamente o Museu do Design – Colecção Paulo Parra, que será instalado no edifício do Museu do Artesanato, Cláudio Torres defende que se trata de conceitos diferentes: “Não podemos querer misturar alhos com bugalhos”. “Vale a pena lutar. Foi assim que Lisboa conseguiu [a reabertura do Museu de Arte Popular], concluiu.
Numa região como o Alentejo, “onde a ruralidade é um valor”, o artesanato continua a constituir uma “fonte inesgotável, de acordo com a disponibilidade e riqueza dos materiais, as necessidades impostas pela vida rural e urbana e a criatividade dos artífices”, acrescentou o sociólogo Francisco Martins Ramos, professor emérito da Universidade de Évora e outro dos intervenientes no colóquio.

“A musealização dos artefactos desaparecidos ou em vias de extinção desempenha um papel crucial na salvaguarda da memória colectiva, na transmissão dos saberes tradicionais às novas gerações e na compreensão do passado, recente ou distante”.
Considerando que a reabertura do Museu do Artesanato em Junho de 2007, depois de um encerramento que se prolongou por mais de 15 anos, constituiu a “devolução à cidade e ao Alentejo de uma parte do seu património”, Francisco Martins Ramos criticou a decisão da Câmara de Évora e do Turismo do Alentejo de instalarem naquele espaço o Museu do Design.

“Invadir o território de um museu temático existente, descaracterizar uma realidade coerente da sua afirmação sociocultural, histórica e identitária, amputar um espaço artesanal por interesses de conveniência, misturar traços culturais com afirmações de modernidade de natureza diversa e antagónica é um crime de lesa-cultura, uma afronta ao legado que nos foi deixado e uma armadilha envenenada à idiossincrasia alentejana”, defendeu o sociólogo.

O colóquio contou ainda com as intervenções de Celestino David e Marcial Rodrigues, em representação do Grupo Pró-Évora, e do historiador Celso Mangucci, que dissertou sobre “A arte popular, entre a história e a tradição”. Entre os presentes estiveram os ex-presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Alentejo, Carmelo Aires, e da Região de Turismo de Évora, João Andrade Santos.
O novo Museu do Artesanato e do Design de Évora tem abertura prevista para a Primavera.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A arte tradicional não está cotada na bolsa, mas...




"A cultura popular e a preservação da memória colectiva" foi o mote para o serão de ontem,17 de Março, na sede do Grupo Pró-Évora, organizado pela Associação PERPETUAR TRADIÇÕES.

O encontro, que juntou entre 4 a 5 dezenas de pessoas, afirmou a ideia de que "a batalha foi perdida mas a guerra não",traduzida numa expressão de Carmelo Aires. Já depois da meia noite, a última frase foi lançada por Cláudio Torres: "Vale a pena lutar. Foi assim que Lisboa conseguiu!" afirmou peremptório, numa alusão ao movimento cívico que fez reabrir o Museu de Arte Popular.


A Professora Antónia Fialho Conde, moderadora deste colóquio, começou por relembrar a valorização crescente que instituições como a UNESCO vêm atribuindo ao Património Imaterial, nomeadamente desde a Convenção de Paris de 2003.

Marcial Rodrigues, foi o primeiro orador da noite. Traçou o percurso histórico da ideia hoje conhecida como Museu do Artesanato/Centro de Artes Tradicionais, numa intervenção em representação do Grupo Pró Évora, intitulada "Do projecto do Museu de Arte Rústica ao Museu do Artesanato", segundo a qual desde 1929, é publicamente defendida a ideia do então "Museu de Arte Rústica".

Com a descrição de avanços e recuos, com denominações e molduras diferentes, Marcial chegou a 1963, data em que foi destinado, para este efeito, o espaço do Celeiro Comum. Esgotado o tempo de que dispunha, concluiu afirmando que se trata pois "de uma causa antiga que acabou por se concretizar e não faz sentido extinguir agora". E que "se os responsáveis tivessem estudado a lição não o teriam feito com esta facilidade".

O Historiador Celso Mangucci defendeu em nome da Associação "PERPETUAR TRADIÇÕES" a " arte popular, entre a história e a tradição." Centrou-se na explicação da ideia subjacente ao Centro de Artes Tradicionais quando da sua abertura ao público em 2007.

O Professor Francisco Ramos falou sobre " Artesanato, Memória e Felicidade". Afirmou metafóricamente que o Artesanato é como a Felicidade; só quando desaparece é que lhe damos valor. E que "somos um país de artesãos a vários níveis".

O arqueólogo Cláudio Torres destacou " a continuidade histórica como uma característica maior do Sul". E acrescentou que quando pensamos que este mundo ancestral está a mudar, talvez estes saberes possam vir a ser fundamentais. Disse que não se trata só de guardar, mas também de fazer. Porque o artesanato implica fazer; implica memória, ritmos e gestos. Como a música ou a dança.

Depois dos oradores principais, pronunciaram-se Manuel Branco, Carmelo Aires, José Russo, Fátima Mendes, o Presidente da Associação de Artes e Ofícios de Évora Rodrigo Pato, António Murteira, Elsa Caeiro, João Andrade Santos, Celestino David e Joaquim Pulga.

A sessão terminou com o apelo de esperança lançado por Cláudio Torres.

In A Cinco Tons

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cultura Popular e Preservação da Memória


A Associação Perpetuar Tradições e o Grupo Pro-Évora têm o prazer de convidar V. Ex.ª para o colóquio subordinado ao tema “Cultura Popular e Preservação da Memória” que se realiza no próximo dia 17 de MARÇO, pelas 21horas na sede do grupo Pró-Évora.

O colóquio conta com as participações, já confirmadas, de Maria Antónia Conde, Celestino Froes David e Marcial Rodrigues, Celso Mangucci e Cláudio Torres e procura debater o papel da Cultura Popular no mundo actual, marcado pela globalização, bem como as formas e as estratégias institucionais de defesa desse património. As inscrições, gratuitas, podem ser realizadas através dos telefones 266746049, ou por e-mail perpetuartradicoes@gmail.com

sábado, 5 de março de 2011

CULTURA POPULAR E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA - Colóquio

Organizado pela Perpetuar Tradições e pelo grupo PRO ÉVORA

“CULTURA POPULAR E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA”
Sede do Grupo PRO EVORA
Quinta feira 17 de Março de 2011
21h


Presenças já confirmadas

. Arqueólogo Cláudio Torres
.O Antropólogo Francisco Martins Ramos
. O Historiador Celso Mangucci
. A Directora do Departamento de história da Universidade de Évora Maria Antónia Conde

Acta da Comissão Municipal de Defesa do Património omissa há nove meses

Especula-se que alguns membros desta comissão poderiam manifestar sua indignação ameaçando renunciar, e que vereadora possa estar a tentar forçar assim demissão de seus membros.

A acta da ultima reunião da Comissão Municipal de Defesa do Património continua sem aparecer, vai para nove meses.

De facto na dita reunião consultiva desta Comissão, em junho passado, o projecto de acabar com o Museu de Artesanato para o substituir por Design - foi criticado "cerrada e impiedosamente" por todos os membros, à excepção da dita vereadora e do próprio "colecionador de design" que irá beneficiar do negócio.


Da responsabilidade do representante da Câmara Municipal de Évora, no caso a Srª vereadora da cultura Claudia Pereira, este documento ainda não parece ter conseguido ver a luz do dia e já se especula que esta possa ser uma intenção concertada. Não só para evitar mais polémica à volta do futuro Museu do Design Privado, como pela eventual intenção da Câmara de tentar substituir membros incómodos, daquela comissão, por outros mais cooperantes às intenções do executivo.

Questionada sobre a acta da reunião em causa a vereadora afirma que aquela "é de dificil elaboração por a reunião ter sido inconclusiva".

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Turismo do Alentejo procura Técnico Superior em Turismo




Anuncio colocado na Bolsa do emprego público.

Volvido um mês desde o despedimento da Técnica superior em Turismo, que laborava há mais de nove anos no Museu de Artesanato de Évora e no Turismo do Alentejo, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo vem agora colocar um anuncio em busca de técnico superior em turismo, aparentemente para as mesmas funções.

A semana passada Ceia da Silva, Presidente do Turismo do Alentejo, garantira a um Jornal que não se tratara de um despedimento mas sim de uma não renovação de contrato, por razões de contenção de despesas. Aparentemente esta noticia desmente o responsável.

Não sabemos, até ao momento, quantos candidatos já terão respondido a este anuncio nem se a própria funcionária despedida o terá feito, certamente em vantagem por nove anos de experiencia. Admitimos, no entanto, que esta experiencia possa não ir ao encontro de especificidades muito particulares que sejam exigidas para o cargo.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Turismo do Alentejo paga jantares de "confraternização" a jornalistas.


Ceia da Silva, Presidente do Turismo do Alentejo, convidou recentemente os jornalistas para um "jantar de confraternização" cujo "dress code" proíbe "blocos, cadernos, canetas, lápis, computadores, gravadores, microfones ou qualquer outro aparelho que permita registo". A intenção é "conversar e reflectir" afirma, por ter recebido "da vossa parte a melhor das colaborações e empenho".

Faz apenas duas semanas que o Turismo do Alentejo despediu, por alegada falta de verba, a unica funcionária do Museu de Artesanato de Évora, uma técnica superior em turismo que laborava na instituição há mais de nove anos entre recibos verdes e contratos a prazo. Isto ocorre também quando esta entidade e a Câmara Municipal de Évora se preparam para contratar outra pessoa para o mesmo lugar, no futuro museu de design privado que abrirá no mesmo local onde o Turismo do Alentejo encerrou o Museu publico de Artesanato de Évora.

Este jantar pago pelo contribuinte terá lugar hoje em Évora no restaurante "O Moinho", pelas 19h30m, e necessitava de confirmação por telefone até dia 11.

Obtido via A Cinco Tons

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Reitor da Universidade de Évora desconhece projecto do museu de design


"A universidade de Évora não está envolvida, em qualquer forma, na criação do museu de artesanato e design" garantiu a uma delegação da Associação PERPETUAR TRADIÇÕES o Reitor Carlos Alberto Braumann, por ocasião de uma apresentação formal desta associação à universidade, no passado dia 20 de Janeiro. O Professor Catedrático afirmou ainda que, sugerir esse envolvimento "são declarações que responsabilizam quem as profere."

Este envolvimento está especificado textualmente no protocolo estabelecido entre a Câmara, o Turismo do Alentejo e o colecionador Paulo Parra (docente de Design na Universidade de Évora). De facto esta ligação não só é sugerida nestes documentos como se manifesta ainda intenção de "reforçar a qualidade do ensino e da investigação do design na Universidade de Évora, bem como do ensino e investigação do design noutras entidades nacionais e internacionais".

O Museu de artesanato e design tem abertura marcada para final da primavera. Para abrir este museu privado o Turismo do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora encerraram o antigo Museu de artesanato de Évora - Centro de Artes Tradicionais, remodelado que foi há apenas dois anos com recurso a fundos europeus e que existia desde 1962.

domingo, 30 de janeiro de 2011

TURISMO DO ALENTEJO ENCERROU O CENTRO DE ARTES TRADICIONAIS E AGORA DESPEDE TÉCNICA RESPONSÁVEL

Comunicado

Enquanto em Lisboa as entidades competentes procuram dinamizar a recuperação do Museu de Arte Popular, testemunho e memória do artesanato de Portugal, em Évora a Entidade Regional de Turismo do Alentejo procura acelerar a liquidação do Centro de Artes Tradicionais, antigo Museu de Artesanato Regional.
A ERT Alentejo procedeu ao encerramento das instalações do Centro de Artes Tradicionais, sem uma palavra dirigida às entidades públicas, coleccionadores privados e aos artesãos que tinham emprestado peças de grande valor e qualidade para integrar a exposição permanente do C.A.T. .
Face às reacções, e nomeadamente à retirada de algumas peças, a ERT Alentejo escreveu então aos interessados pedindo que as deixassem ficar, recusando-lhes no entanto o conhecimento do projecto expositivo concreto em que viriam a ficar inseridas.
Agora, tratou de despedir a técnica responsável, que ao longo dos últimos anos se empenhou na concretização do projecto de reabertura do antigo Museu do Artesanato, e que a partir de Setembro de 2007 assegurou a sua animação e coordenação.
O despedimento desta técnica superior, com habilitações universitárias na área da museologia e anos de experiência prática de trabalho com os artesãos e o artesanato do Alentejo, é tanto mais chocante quanto o encerramento do antigo Museu do Artesanato se destina a dar espaço à instalação da colecção privada de design industrial do coleccionador Paulo Parra, a coberto do álibi de um pretenso “museu do artesanato e do design”, cujo projecto de execução continua a ser desconhecido das entidades competentes e do grande público.
A associação Perpetuar Tradições manifesta a sua repulsa por mais esta manifestação de desrespeito das normas mais elementares, a par das ilegalidades que marcam este processo, e sobretudo do desprezo pela arte popular que transparece na vontade de liquidar o Centro de Artes Tradicionais, contra a qual já se manifestaram várias entidades como a Direcção Regional da Cultura do Alentejo, o Instituto dos Museus e da Conservação, e o próprio Ministério da Cultura.

A Direcção
Perpetuar Tradições - Associação de defesa do artesanato do Alentejo

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A única funcionária do Museu de Artesanato foi despedida.

Soubemos hoje que a única funcionária do CAT antigo museu de artesanato de Évora - uma técnica superior em turismo que fazia tudo desde lavar o chão a organizar exposições - foi despedida.

Esta funcionária, que laborava no Turismo há cerca de nove anos, entre recibos verdes e contratos a prazo, passou os últimos meses - desde o recente encerramento do espaço - sozinha dentro do museu encerrado e cumpre esta como a ultima semana de trabalho. Ceia da Silva considerou que o Turismo do Alentejo não tem verba para lhe pagar.

Entretanto as obras de transformação em museu de artesanato e design prosseguem e em breve, certamente, o Turismo do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora contratarão os prometidos técnicos superiores em design e… turismo, para o novo museu privado. O lugar de Director já está assegurado para a companheira do próprio coleccionador: Inês Secca Ruivo.

Entretanto, Ceia da Silva também contactou alguns proprietários das peças de artesanato que estavam emprestadas ao anterior acervo do CAT, inquirindo do “interesse em manter-se essa cedência” (para o novo projecto) “que muito nos agradaria” não obstante e “caso prefira que as peças lhe sejam devolvidas agradecemos o contacto com os nossos serviços.”

Inquirido sobre detalhes desse novo projecto que já se chamou “Museu de Design Paulo Parra” e agora se chama “ Museu de Artesanato e Design” Ceia da Silva afirma que o mesmo “encontra-se em elaboração” muito embora as obras já tenham arrancado “não sendo público até que esteja executado”.