quarta-feira, 30 de junho de 2010

Presidente da Câmara Municipal de Évora Chama "Forças negras" ao Movimento Defesa Museu artesanato

No passado dia 23 de Junho em entrevista na edição do Semanário Registo o Presidente da Câmara de Évora, Dr José Ernesto Oliveira, classificou – sem referir nomes – o Movimento de Defesa do Museu de Artesanato de “Forças negras”. Afinal o Museu de Artesanato não vai ser substituído, afirmou o Presidente, mas sim "transformado num Museu de Design e Artesanato". Aparentemente para José Ernesto nunca foi intenção chamar-lhe “Museu de Design de Évora – Colecção Paulo Parra” (conforme estava na Proposta de Protocolo aprovada em reunião de Câmara 25 Março 2010), mas sim “Museu do Design e Artesanato”. Essas "Forças negras" sabiam disso mesmo.

Edição Semanario Registo 24 Junho 2010
Página 12 a 14

Entrevista completa em:
http://www.registo.com.pt/

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Resposta a entrevista de Antonio Dieb

Por Tiago Cabeça

No seguimento da entrevista do vereador Antonio Dieb no passado dia 10 de junho ao Registo, onde este autarca reflecte sobre a possível “solução” para o Centro de artes tradicionais, Museu de artesanato de Évora, manifesto a minha preocupação e constrangimento pela incoerência e confusão que o assunto parece estar a provocar junto dos responsáveis que votaram favoravelmente o protocolo celebrado entre a Câmara de Évora, o Turismo do Alentejo e o Coleccionador Paulo Parra.
De facto em entrevista a uma rádio de Évora a própria vereadora da Cultura, antes da divulgação pública do referido protocolo, assegurava que a intenção da Câmara era promover um museu conjunto Artesanato/Design. Aparentemente a razão da partilha prendia-se com a escassa visibilidade pública do Centro de artes tradicionais e sua actual insustentabilidade financeira. Nesta lógica entregar um Museu Público, pago pelo contribuinte, a um privado apresentava-se à CME e ao Turismo do Alentejo como uma solução que permitiria, aparentemente, “inserir Évora nos roteiros internacionais do Design” e poupar recursos.
Esse protocolo veio a tornar-se público e nas suas seis páginas, constatámos, não havia uma única referência ao Centro de artes tradicionais Museu de artesanato. Não só isso como a Câmara e o Turismo do Alentejo comprometiam-se a assegurar toda a “sustentabilidade financeira” do Museu privado de Design sine diem. Incluso prevendo a duplicação dos postos de trabalho e demais eventuais despesas. Verificou-se portanto que, a Srª Vereadora e demais instituições, ou desconheciam o que estavam a defender ou, pior, mentiam.
Nesta altura vem em entrevista do Sr Vereador Antonio Dieb, que aparentemente votou também favoravelmente este protocolo, afinal admitir que tinha conhecimento que o Museu, pelo Turismo do Alentejo não tinha sido "devidamente dinamizado, resultou num falhanço, a Entidade Regional de Turismo considera que não é a sua vocação, nem tem competências para o gerir, e tenciona fechar aquele espaço e tornar o Museu de Artesanato uma espécie de museu itinerante por toda a região."
Portanto temos que por parte da CME: o Museu vai ser conjunto; por parte do Turismo do Alentejo: fecha-se ou torna-se itinerante (?!...) e por parte do vereador Antonio Dieb que o Turismo do Alentejo foi incompetente sequer para o promover.
Este autarca, que assegura na reunião de Câmara onde isso foi votado, foi "o único (e as actas estão aí para prová-lo) a dizer que teria que ser encontrada uma solução" infelizmente não se lembrou de assegurar isso mesmo no protocolo votado. Mas com esta declaração ainda nos confunde mais: se o Turismo do Alentejo não tem competência para promover o Museu então… fechamo-lo?... Nessa lógica se um Director, por exemplo, de hospital for incompetente fecha-se o Hospital?... Na mesma lógica uma escola?... Uma Câmara?... Então o “problema” do Museu é mesmo do Museu ou de quem o gere?... Ou é só pressa de entregar o Museu a um privado?... Mas então se há mesmo que o entregar a um privado porquê a esse?... Certamente haverá mais… Com despesas pagas “até à sustentabilidade do projecto” certamente haverá mais quem se interesse e surja com ideias. Eu posso propor pelo menos meia dúzia de pessoas. Poderá até surgir algum privado que apresente um projecto de… Museu de Artesanato… Porque não?
Tenho de lamentar a leveza com que se está a decidir deitar para o lixo parte da nossa história, do legado de nossos pais e avós, da nossa cultura, de quem somos. Um povo que cospe na sua história é um povo sem futuro.



Carta na edição do Semanário Registo 17 Junho 2010
Pág: 2 Cartas ao Director



http://www.registo.com.pt/

Museu Artesanato fechou duas semanas

Por falta de pessoal

Entre os passados dias 3 e 15 de Junho, por falta de pessoal, o Museu de Artesanato Centro de artes tradicionais esteve fechado ao público.

Sabemos que a funcionária de serviço - uma licenciada contratada a prazo, que tanto está na bilheteira, como varre o chão, organiza as exposições ou faz visitas guiadas a grupos de turistas - esteve de férias entre essas datas e na Entidade Turismo do Alentejo não houve quem a substituísse nesse período.

Fazemos votos para que os dois novos funcionários a contratar - que o Turismo do Alentejo e a Câmara de Évora se propõem a pagar para o Museu privado do Design de Paulo Parra - possam ser revezados nas férias.

sábado, 12 de junho de 2010

Entrevista de António Dieb

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Évora

Numa entrevista onde o vereador do PSD afirma que foi "o único (e as actas estão aí para prová-lo) a dizer que teria que ser encontrada uma solução" o autarca, que votou favoravelmente o protocolo em que "...A entidade do Turismo iria fechar o Museu de Artesanato..." não refere que tenha explicitamente deixado no texto desse documento essa preocupação. Confessando que o problema do Museu foi não ter sido "devidamente dinamizado, resultou num falhanço, a Entidade Regional de Turismo considera que não é a sua vocação, nem tem competências para o gerir, e tenciona fechar aquele espaço e tornar o Museu de Artesanato uma espécie de museu itinerante por toda a região."
Sobre as manifestações cívicas em defesa do Museu António Dieb considera ainda que "os cidadãos têm que se bater por aquilo que são os seus interesses,... através da participação cívica", mas, "Não é só dizer: o Museu é muito bom, não se pode acabar com ele."


Semanário Registo (pág: 12), 10 Junho 2010