sábado, 31 de julho de 2010

Nem uma semana passou e já se esqueceram do Artesanato...

"A vasta colecção Paulo Parra, que a partir de 2011 será exposta no novo Museu do Design em Évora, apresentado esta semana, tem peças que se sabe serem muito valiosas."

In Expresso 31 Julho 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

MUSEU DO ARTESANATO

Comunicado do Grupo Pro Evora

Tem sido notícia a polémica em torno do Centro de Artes Tradicionais, que nasceu da intenção de a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, responsável pelo Centro,
aí instalar uma colecção de peças de design, propriedade de Paulo Parra, com o apoio da
Câmara Municipal de Évora. Estão em causa diversos aspectos: a existência autónoma
do Centro, antigo Museu do Artesanato, sedeado no antigo Celeiro Comum de Évora; a
compatibilidade de coexistência da colecção do museu e da colecção Paulo Parra; a salvaguarda das condições do local e da sua adequação às suas funções museológicas; a tutela e a direcção do Centro; o quadro de pessoal; as responsabilidades fi nanceiras.
O Grupo Pro-Évora nada tem contra a existência de um museu de design constituído
pela colecção Paulo Parra, mas não concorda com a solução prevista, que põe em causa a
existência do Centro de Artes Tradicionais/Museu do Artesanato como instituição cultural
autónoma e as condições adequadas para a exposição do seu acervo. Também as soluções
financeira e directiva previstas, segundo o protocolo conhecido, não defendem nem
garantem a valia do Museu do Artesanato nem a continuidade que lhe deve ser reconhecida. Já no corrente mês de Julho, o Instituto dos Museus e da Conservação manifestou, relativamente ao Centro de Artes Tradicionais, que «o projecto e a área
científica em que se inscreve parecem ser, ainda hoje, de grande pertinência para o território e a sociedade local, marcas de uma identidade onde a população se reconhece e onde os visitantes de fora compreendem a essência dessa notável identidade», criticando a tutela pela «falta de pessoal técnico que coordene, programe e garanta as actividades de conservação, estudo e divulgação das colecções, fidelização de públicos através de serviços de educação e de comunicação, assim como a articulação em rede com instituições pares, nacionais e internacionais».

in Diario do Sul 28 Julho 2010

Colecção de artesanato dos Canha da Silva contou mais de 20 mil visitantes em 2002.

Colecionadores procuram, há quase uma década, espaço para acervo de cerca três mil peças artesanais.

Exposição de presépios "Entrai pastores entrai" realizada em 2002, ocorreu em duas igrejas da cidade, nomeadamente a de S. Vicente com peças nacionais (onde se realizou a exposição de Paulo Parra) e a da Graça com peças estrangeiras. Respectivamente com cerca de 14 e 7 mil visitantes por espaço esta mostra foi, até ao momento e segundo registos disponiveis, a mais visitada de sempre em Évora. O casal sexagenário de colecionadores procura há cerca de uma década um espaço na cidade sem sucesso.

Afinal é só "resistencia à mudança"

"É natural...", nas palavras da vereadora da cultura Claudia Pereira "Todos temos algumas dificuldades e resistencia à mudança". Afinal muitos daqueles objectos de artesanato "estão perfeitamente disponiveis em lojas de artesanato".

Nas palavras de Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alentejo, "Tivemos o grato previlégio de nos cruzarmos com dois icones do Design a nivel mundial: Paulo Parra e Inês Secca Ruivo" cuja "fantástica" exposição realizada em Évora o ano passado "teve mais de 6 mil visitantes".

Paulo Parra, por seu lado "rejeitou a ideia que a solução encontrada lhe seja um bom negocio" afirmando que muito do trabalho que realiza "não é pago".

No artigo não é referido o custo fixo que terá este espaço nem quando poderá chegar o novo eventual Museu privado à autosustentabilidade e, assim, à emancipação do dinheiro dos contribuintes.

Edição on-line:
In Semanário Registo de 29 Julho 2010

Desbloqueando...

A conferência de imprensa do passado dia 26, dada pela Câmara Municipal de Évora, pela Direcção de Turismo do Alentejo e pelo coleccionador Paulo Parra, pretendia ser esclarecedora. Pretendia com argumentos irrefutáveis encerrar de vez a polémica em torno do putativo Museu do Design e do ainda existente Centro de Artes Tradicionais.
Sob o lema “Da pedra lascada ao ipod” fez-se uma viagem pelas peripécias de todo este processo, apresentaram-se argumentos, nenhum deles novo, nenhum deles sustentado. Foi no fundo uma manifestação de intenções precedida de uma justificação colectiva para o desmembramento do moribundo Centro de Artes Tradicionais.
Foi dito que dado o actual estado das coisas, apenas dois caminhos se apresentam, ou o fecho puro e simples deste equipamento, ou então a sua reciclagem e integração no novel Museu.
As despesas são muitas e o rendimento inexistente, a oferta é decepcionante e pouco atractiva, há que inovar e essa inovação terá forçosamente de passar por outro modelo.
Não foi atribuída nenhuma responsabilidade a quem deixou que esta situação se arrastasse, não foi mencionada nenhuma tentativa séria para que o Centro de Artes Tradicionais retomasse o caminho da viabilidade.
Foi mencionado um plano de marketing para o museu do design; mencionado apenas, espera-se ansiosamente a sua divulgação.
“A não instalação do hipotético museu será uma perda irreparável para Évora e para o Alentejo,” foi afirmado pelo Dr. Ceia da Silva. Para além do manifesto exagero que tal afirmação comporta, interrogo-me se não será também o caso no que ao centro de artes tradicionais diz respeito?
Recuperou-se um edifício, um acervo, criaram-se condições únicas para levar por diante um projecto de reconhecidos méritos, para depois tudo se afundar numa apagada e vil tristeza, fruto da incompetência de quem tinha a obrigação de pugnar pelo sucesso desse projecto, como aliás se refere no parecer do Instituto Português de Museus. " A inexistência de um responsável bem como de qualquer pessoal técnico
compromete seriamente o desenvolvimento deste projecto" que considera o IPM
"é suportado por conceitos sólidos de patrimónios que embora materiais
radicam no território do imaterial que é o dos saberes e das artes, em
processo de esquecimento pelas sociedades modernas".
Esta é uma das múltiplas questões que deveriam ter tido resposta na dita conferência de imprensa e que não foram sequer afloradas. Como não o foram as opiniões emanadas pela Comissão Municipal de Arte e Arqueologia e também pela Delegação Regional da Cultura do Alentejo.
Tudo isso passa ao largo e o que conta é a luz verde do Ministério das Finanças através da Secretaria de Estado do Tesouro, que como se sabe é a responsável pela cultura neste país…
Quanto à Câmara de Évora, a argumentação utilizada pouco ou nada acrescenta, reafirma-se o investimento neste processo, as cautelas demonstradas na escolha do parceiro, o radioso futuro demográfico que a instalação da Colecção de Design proporcionará a esta exangue cidade, compara-se esta situação à que se viveu em Lisboa, aquando da instalação do Centro de Arte Moderna no espaço Gulbenkian. Um discurso que no fundo apenas mostra a profundidade dos estudos levados a cabo pelo pelouro da cultura da Autarquia, estudos seguros, de águas superficiais, para que o projecto não afunde, nem sufoquem os seus mentores.
O Professor Paulo Parra e a Doutora Inês Ruivo tentaram explicar que artesanato e design são em termos relativos a mesma coisa, que o projecto é uma bênção para os artesãos do distrito e do mundo, já que o museu integrará uma rede de instituições do mesmo cariz, realçaram as ligações profundas do mentor do museu ao Alentejo e aos artesãos alentejanos, (que não foram tidos nem achados na elaboração do projecto) Falaram de uma bienal a realizar, de um “site” a construir, de uma intima parceria com a Universidade de Évora, (que ainda não teve qualquer manifestação institucional) disseram ainda que os formandos do Curso por eles ministrado serão os futuros artesãos de Portugal, pois não fazem distinção entre design e artesanato, (quando feitos por processos artesanais) dando exemplos que não comento.
Por fim, mesmo no fim, foi revelada a intervenção a fazer no espaço. Implica obras, implica custos.
Quem paga?
Aqueles que se vêem compelidos a encerrar o Centro de Artes Tradicionais por não terem verba para o manter.
Sobre isto não digo nada, remeto para os inúmeros pareceres que os organizadores desta conferência de imprensa olimpicamente ignoraram. São eloquentes, falam por si.
Nada neste processo foi e é transparente; a ninguém que pudesse ter opinião contrária foi pedido o mínimo contributo.
Não se indagou sequer se existiriam outras entidades dispostas a assumir a gestão (dentro do mesmo espírito de parceria) do Centro de Artes Tradicionais. Resolveu-se por decreto divino que seria assim.
Porquê? Porque o debate é incómodo, porque dele poderiam surgir alternativas que inviabilizassem o arranjo, e isso para algumas mentes iluminadas, é um dos grandes inconvenientes da democracia, a prevalência da vontade popular!
Queixam-se dos enxovalhos sofridos sem perceberem o imenso enxovalho que estão a fazer à democracia.

Miguel Sampaio - In Diário do Sul 29 Julho 2010

Novo protocolo aprovado em reunião de Câmara

Voto do vereador do PSD, Antonio Dieb, viabiliza projecto.

Foi assim ontem 28 de julho de 2010, com agendamento no dia anterior e com um voto a fazer a diferença (maioria PS votou favoravelmente, demais oposição votou contra), que o novo protocolo entre a Câmara Municipal de Évora, o Turismo do Alentejo e o Colecionador Paulo Parra foi aprovado. Agora o anteriormente denominado em protocolo "Museu de Design Paulo Parra" passa a "Museu do Artesanato e do Design" e inclui, além da colecção particular do colecionador, o acervo do Centro de artes tradicionais que desaparece enquanto instituição. Câmara Municipal que arcará praticamente com todas as despesas deste projecto privado, desconhece ainda os seus custos e a maioria dos proprietários do acervo de artesanato (parte das peças expostas pertence a particulares ou intituições) nem sequer foi informada do facto.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Novo Protocolo vai a reunião de Câmara hoje 28 de Julho.

Agendamento efectuado ontem, no dia que antecedeu a reunião.

Foi ontem agendado novo ponto para a reunião de Câmara que ocorrerá hoje, quarta feira 28 de julho de 2010, onde será levado a votos o novo protocolo que traçará o destino final do Museu de artesanato de Évora.

RTP - PORTUGAL EM DIRECTO

RTP - PORTUGAL EM DIRECTO

Reportagem Museu de Artesanato versus Museu de Design
(entre o minuto 8,16 e o minuto 11,38)

Museu do Design e do Artesanato de Évora avança


Pareceres desfavoráveis

Primeiro Museu do Design e do Artesanato da Península Ibérica vai mesmo avançar em Évora, contra os pareceres desfavoráveis da Direcção Regional de Cultura, da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia e do Instituto dos Museus e da Conservação.
Contra estas opiniões, a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora decidiram aceitar a proposta do coleccionador Paulo Parra para esta cidade receber o seu espólio e avançar para a criação deste novo espaço.

As contestações surgem do facto de mais de 3500 peças de design irem coabitar com outras tantas de artesanato que estão no Centro de Artes Tradicionais e que agora vai mudar de denominação.

No entender do presidente da ERT, Ceia da Silva, o novo museu irá abrir a partir de Outubro/Novembro, “sem se acabar com nada, sem mudar, mas melhorando e criando um upgrade para o artesanato”.

Ceia da Silva considera que esta foi a melhor solução encontrada, uma vez que “dará outra mais-valia ao artesanato que pode em conjugação com o design obter o reconhecimento por parte do Instituto Nacional dos Museus, sendo igualmente motivo de atracção turística. “É muito importante que possamos levar o nosso artesanato e os nossos artesãos a uma internacionalização, atrair para Évora muitos turistas”, frisou.

Esta ideia foi reiterada pela vereadora da autarquia, Cláudia Pereira que avançou ainda que o actual Centro de Artes Tradicionais estava a perder cada vez mais visitantes, não se justificando as despesas face às receitas auferidas.

“Além disso, aquele espaço não podia viver só com aqueles objectos porque muitos deles estão disponíveis em lojas de artesanato e, para mim, um museu tem que dar a quem o visita algo que nós não podemos ter”, considerou, acrescentando que o coleccionador Paulo Parra tem peças que cumprem bem esta função.

Com um espólio de mais de 3500 peças, o coleccionador confessou não entender a oposição a este projecto, sobretudo pelo facto de o design “estar a ter cada vez importância na sociedade”.

Paulo Parra reiterou, assim, a possibilidade de uma coexistência harmoniosa entre o artesanato e o design “porque este vê ancoradas as suas raízes no artesanato, daí esta união ser extremamente natural”. E deu exemplos: “Uma nave espacial é um produto muito artesanal, embora tenha grande tecnologia. É quase tudo montado à mão, as peças são feitas uma a uma, digamos que é um artesanato dos tempos contemporâneos. Mesmo assim a cortiça está lá, as cerâmicas também, portanto, é tudo uma questão de conceito”.

In Público 26.07.2010 - 20:37 Por Maria Antónia Zacarias

Paulo Parra leva as suas canetas, pedras lascadas, cochos e iPods para Évora


Paulo Parra resume a sua colecção de cerca de 2500 peças de design em jeito de subtítulo de livro: "Da pedra lascada ao iPod". Agora, a colecção torna-se acervo. Vai para o novo Museu do Design - colecção Paulo Parra, em Évora, que hoje é apresentado na cidade alentejana e que deve abrir portas no início de 2011.

Há ali, naquela colecção de um estudante universitário curioso tornado cognome de museu de design, um manancial de "primeiros": a primeira caneta de tinta permanente, uma Waterman de 1884, a primeira esferográfica, o primeiro walkman, os primeiros computadores Apple, os primeiros telemóveis, rádios e até um canivete suíço do século XIX. À mistura com os primeiros vidros e porcelanas Vista Alegre (1840), peças de Bordalo Pinheiro ou da britânica Wedgewood e tarros (baldes de cortiça), cochos (conchas de cortiça pastoris) e outros utensílios alentejanos. E, a par das tais pedras lascadas, o potencial para ultrapassar polémicas aliando artesanato a design. É tudo uma questão de técnica, conta-nos Paulo Parra.

"Não existe uma diferença entre o artesanato e o design", postula. "Há é tecnologias diferentes. O cocho ou uma porcelana da Vista Alegre são utilitários testemunhos de uma evolução lógica dos seres humanos", diz ao P2 o director do curso de Design da Universidade de Évora e responsável pelos doutoramentos de Design de Equipamento da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. O tema surge não só pela convivência de artefactos como as pedras lascadas do Megalítico, peças da comunidade religiosa Shaker norte-americana (muito conhecida pelo seu contributo ao nível do mobiliário) e a colecção de electrodomésticos do designer Peter Behrens, expoente do modernismo, para a AEG, mas porque o novo museu se vai situar nas instalações do actual Centro de Artes Tradicionais de Évora.

A decisão da localização do museu, aprovada em reunião pública de câmara (PS) em Abril, mereceu contestação dos defensores da preservação de um espaço que acolhe o espólio de artesanato da Entidade Regional de Turismo. O edifício, no centro de Évora e gerido pelo Turismo do Alentejo, vai agora acolher o museu de design, e Parra defende que a organização cronológica da exposição permanente do futuro museu vai permitir a coexistência dos dois espólios e das duas actividades. Aliás, já levou a cabo vários trabalhos com artesãos - é lembrar a Sela Portuguesa, no Pavilhão de Portugal na Expo Saragoça 2008. "Acredito que muito da sobrevivência do artesanato tradicional pode passar pela colaboração com o design, são precisas pontes para unir designers e artesãos", disse.

A ideia é também descentralizar: "O design está em Lisboa, mas tem de começar a aparecer noutros pontos do país. Esta é uma tentativa de criar um outro pólo", diz Paulo Parra, cuja colecção chegou a estar pensada para se juntar ao espólio de Francisco Capelo (hoje acervo do Museu do Design e da Moda - Mude) no Centro Cultural de Belém. "Esse casamento não se deu." O Museu do Design - colecção Paulo Parra quer criar parcerias com o Mude e está já em contacto com outros museus de design alemães e brasileiros, a pensar em internacionalização.

O processo de instalação em Évora começou há cerca de ano e meio, muito graças à ligação à Universidade de Évora, cujo público, juntamente com o da cidade, é o principal alvo do museu. Depois há os turistas, que ali encontram algo de contemporâneo em contraponto com a oferta histórica da cidade. Além das cerca de 2500 peças, Paulo Parra vai separar-se com alguma melancolia da sua biblioteca de design, arquitectura e arte, que dará ao museu mais condições para, no futuro, se candidatar a integrar a rede do Instituto dos Museus e da Conservação, garantindo a valência de formação e investigação. Haverá uma loja e um auditório, e estão programadas conferências em articulação com o curso de Design de Évora, cujos alunos, bem como os da FBAUL, poderão ter ali à venda alguns trabalhos de projecto com parcerias empresariais.


In Público 26.07.2010 - 08:43 Por Joana Amaral Cardoso

Novo Protocolo vai a reunião de Câmara amanhã 28 de Julho.

Agendamento efectuado hoje, no dia que antecede a reunião.

Foi hoje agendado novo ponto para a reunião de Câmara que ocorrerá amanhã, quarta feira 28 de julho de 2010, onde será levado a votos o novo protocolo que traçará o destino final do Museu de artesanato de Évora.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lançamento Museu Design - Conferencia de imprensa hoje

Hoje, 26 julho de 2010 no Hotel Mar de Ar em Évora às 16h ocorrerá a conferencia de imprensa do Turismo do Alentejo para o lançamento do Museu de Design de Paulo Parra que se pretende virá a substituir o Museu de Artesanato de Évora.


Delegação Regional do Ministério da Cultura é contra
Comissão Municipal de arte e arqueologia é contra
Instituto Português de Museus é Contra


Que legitima substituir um Museu Publico de Artesanato por um Museu Privado de Design?...
Numa altura de crise profunda é legitimo exigir ao contribuinte que pague este Museu Privado de Design?...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Parecer do Instituto Português de Museus contra substituição de Museu do Artesanato

Culpas apontadas ao Turismo do Alentejo

Recebemos hoje o Parecer do Instituto Português dos Museus onde manifesta os "altos custos de desactivação de uma instituição estruturalmente bem concebida e que pode ser potenciada com meios humanos"... Refere o IPM ainda que " A inexistencia de um responsável pelo Centro de artes tradicionais bem como de qualquer pessoal técnico compromete sériamente o desenvolvimento deste projecto" que considera o IPM "é suportado por conceitos sólidos de patrimónios que embora materiais radicam no território do imaterial que é o dos saberes e das artes, em processo de esquecimento pelas sociedades modernas".
Um parecer extremamente critico à actual gestão do Museu de artesanato de Évora que pôe a nu, a olhos mais atentos, argumentações vazias.




Parecer do Instituto Português dos Museus contra substituição do Museu de artesanato





"O mal triunfa sempre... que os bons não fazem nada"

Edmund Burke

Museu de artesanato de Évora que Futuro?

Reunião em defesa do Museu de artesanato de Évora

Amanhã Quinta feira dia 22 de julho às 18 horas
na Sede do Sindicato dos professores de Évora.
Av. Conde Vilalva (estrada de Arraiolos) nº 257.


Substituição do Museu de artesanato pelo Design:

Delegação Regional do Ministério da Cultura é contra.

Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património é contra.

Assembleias concelhias são contra

Os Contribuintes e Municipes são contra


Tem a Câmara Municipal legitimidade para oferecer um Museu público a um privado?

Tem a Câmara Municipal Legitimidade de exigir ao contribuinte que pague esse Museu Privado?

Tem ainda o Turismo do Alentejo legitimidade de se afirmar "promotor" e "defensor" do Museu de artesanato de Évora e da cultura e tradição regionais?

São questões que tentaremos analisar. Apareça.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Que futuro para o “Museu do Artesanato"

MUSEU DO ARTESANATO: QUE FAZER, AGORA?

Na semana que passou, houve quem esperasse que nas reuniões da Câmara Municipal de Évora e da Assembleia Geral da Turismo do Alentejo, deliberações dos dois órgãos viessem aprovar uma nova versão do Protocolo para a criação do Museu do Design, dando o passo final para a liquidação do Museu do Artesanato. Mas tal não aconteceu: na reunião de Câmara, a questão foi adiada para quando houvesse informações suficientes; e, talvez em consequência disso, a A.G. da Turismo do Alentejo limitou-se a tratar o ponto como de informação.
Mas ficou claro que, a despeito do parecer desfavorável da Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património, bem como do parecer igualmente desfavorável da Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviado ao Instituto Português de Museus, o presidente da Câmara de Évora e a direcção da Turismo do Alentejo estão empenhados em levar avante a intenção de instalar o coleccionador Paulo Parra no antigo Celeiro Comum, encerrando o Museu do Artesanato.
A fim de desmobilizar as críticas que se fizeram ouvir, introduziram duas alterações no Protocolo de criação do Museu de Design-Colecção Paulo Parra: a primeira no nome do Museu que passaria a Museu de Artesanato e Design, e a segunda na designação da direcção respectiva, que passaria a contar com os pareceres da Câmara e da Turismo do Alentejo. Mudanças de mera cosmética, já que tudo o resto permanece como na primeira versão do Protocolo aprovada pela Câmara em 25 de Março.
Perante este quadro, que fazer?
Sendo evidente que o Museu do Artesanato tem que continuar, e continuar onde sempre esteve sediado, importa saber quem o deverá defender e gerir no futuro, já que a Entidade Regional do Turismo mostrou que não soube dinamizá-lo, que o pretende substituir por uma colecção privada ou fechá-lo, caso o projecto Paulo Parra não vá avante, pelo que, obviamente, esta entidade perdeu as condições e a legitimidade para continuar a tutelá-lo.
Recorde-se que o Museu do Artesanato, criado em 1962, foi tutelado pela então Junta Distrital e depois do 25 de Abril, pela Assembleia Distrital de Évora, em nome do povo deste território, e a sua gestão só foi transferido para a Região de Turismo de Évora por conveniências do financiamento comunitário do projecto.
Importa, pois, lançar o debate sobre qual a entidade que deverá gerir o Museu. Para tal, convidam-se todos os que se têm manifestado contra a liquidação deste projecto de memória e salvaguarda da cultura popular, a participar na reunião que terá lugar na próxima quinta feira dia 22 de julho às 18 horas, na Sede do Sindicato dos professores de Évora. Av. Conde Vilalva (estrada de Arraiolos) nº 257.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DO PATRIMÓNIO CHUMBA PROPOSTA DE ENCERRAMENTO DO MUSEU DO ARTESANATO

Três meses e meio volvidos após a aprovação camarária do Protocolo de criação do Museu de Design-Colecção Paulo Parra, e perante o evidente desagrado de muitos sectores da vida social da Cidade, o assunto voltou à reunião do executivo municipal. Tratou-se agora de aprovar uma segunda versão do dito Protocolo, na qual foram introduzidas duas alterações : o Museu muda de nome, e passa a chamar-se Museu de Artesanato e Design, e a respectiva Direcção passa a ser designada pela CME, pela Turismo do Alentejo, e pelo coleccionador Paulo Parra, quando na versão anterior era da exclusiva responsabilidade do coleccionador. Como diria o Principe Salina, é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma !
Estas alterações de pormenor, que estavam cozinhadas desde Maio passado, aguardaram o início das férias para ser dadas a conhecer, procurando dar um aspecto mais aceitável a um projecto de entrega a um privado de um bem valioso – o antigo Celeiro Comum, e o financiamento público – sendo que o projecto privado do tal Museu de Design continuará a ser financiado por dinheiros públicos até que se revele sustentável, o que, convenhamos, não se afigura nada fácil.
Tinhamos chamado a atenção, em escrito anterior, para o prolongado silêncio da Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património. Esta importante e prestigiosa entidade, que deveria reunir todos os meses para se pronunciar sobre os aspectos mais im- portantes da defesa do património da nossa Cidade, estava desde Março sem reunir, e era normalmente atribuída a sua não convocação ao incómodo que poderia ser para a maioria PS-PSD que tinha votado o Protocolo com o coleccionador Paulo Parra a apreciação isenta desse projecto pelas vozes autorizadas dos membros da Comissão.
E assim foi. Convocada para o dia anterior ao da deliberação camarária sobre a segunda versão do Protocolo, a Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património fez uma crítica cerrada e impiedosa do projecto de liquidação do Museu do Artesanato, e tomou conhecimento do parecer negativo que a Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviou a este respeito ao Instituto Português de Museus. A presença do coleccionador na reunião não teve qualquer efeito para tornar menos incisivas as críticas dos membros da Comissão.
Depois de mais esta crítica pesada, o que se seguirá neste processo insensato ? Na Quinta-feira,15, reúne a Assembleia Geral da Entidade Regional do Turismo do Alentejo, tendo na sua Agenda a apreciação deste caso. Tudo parece ter sido articulado entre os Presidentes desta organização e da Câmara de Évora, para que na modorra da “silly season” das férias do Verão este assunto incómodo seja fechado, para proveito do coleccionador Paulo Parra, esbanjamento de dinheiros públicos e menosprezo pela cultura e pelos valores identitários da nossa Cidade e do Alentejo.
Mas há ainda há outras pontas soltas, dado que a entidade proprietária do Celeiro Comum ainda não deu o seu acordo para a mudança do contrato de arrendamento, e a entidade gestora do Quadro Comunitário de Apoio não autorizou a mudança de uso dos financiamentos comunitários que foram concedidos para a vultosa recuperação do edifício e instalação do Museu do Artesanato.
O processo ainda não está encerrado.



Eles ainda não conseguiram matar o Museu do Artesanato !

João Andrade Santos in Semanário Registo 15 Julho 2010

www.registo.com.pt

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aprovação do novo protocolo adiada

A pedido do vereador da CDU na reunião pública de Câmara de hoje, 14 julho 2010
A pedido do vereador da CDU Eduardo Luciano, o ponto da agenda da reunião pública de Câmara, onde se votaria o novo protocolo do Museu de Design - que pretende substituir o Museu de artesanato de Évora - foi retirado em função dos desenvolvimentos ultimos sobre o assunto e na expectativa de mais informação, nomeadamente o parecer final do Instituto Português de Museus e autorização da Direcção Geral do Tesouro e finanças sobre a utilização do espaço do Museu de artesanato para outros fins que não os que foram alvo de subsídios - nacionais e comunitários - de recuperação. Este ponto será porventura agendado para nova reunião.

Comissão Municipal de Arte, Arqueologia e Património contra processo de substituição do Museu de Artesanato pelo Design

Parecer negativo da Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviado ao Instituto Português de Museus

A Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património, reunida (após três meses sem ser convocada, justamente desde o inicio do processo Museu de Design versus Museu de Artesanato)ontem em Évora fez uma crítica cerrada e impiedosa do projecto de liquidação do Museu do Artesanato. Não só praticamente todos os membros foram bastante criticos para com o projecto e o seu promotor - o Colecionador Paulo Parra presente na reunião - como deram conhecimento em primeira mão do Parecer negativo que a Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviou a este respeito ao Instituto Português de Museus. Hoje a partir das quatro da Tarde vai a Reunião Pública de Câmara o "novo" protocolo que pretende acabar com o Museu de artesanato que, debaixo de algumas camadas de verniz para opinião pública ver,sabemos, mantém praticamente tudo na mesma.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Assembleia Geral Entidade Regional Turismo do Alentejo

Dia 15 Julho de 2010 às 10h no Évorahotel

No Evorahotel terá lugar a Assembleia Geral da Entidade Turismo do Alentejo, onde aparentemente será apresentado o projecto Museológico de Paulo Parra para o que será o "Museu de Design e Artesanato"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Museu de Artesanato: novo Protocolo na calha?...

Reunião Publica de Câmara, quarta feira dia 14 Julho 2010, 16h30m

Chegou-nos a noticia que será levado a reunião pública de Câmara, já no próximo dia 14 de Julho quarta feira pelas 14h, o novo protocolo que pretende mudar o destino ao Museu publico de Artesanato de Évora. Aparentemente o anterior, que lhe mudava o nome e finalidade para Museu de Design Paulo Parra, já não serve. Cá estaremos na expectativa das novidades...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Museu de artesanato sem telefone há uma semana

"Problemas" na linha deixam Museu incontactável.

Desde sexta feira que quem tente ligar para o Museu de artesanato, Centro de artes tradicionais de Évora, para obter alguma informação ou resolver qualquer dúvida dá com uma linha cortada. O Museu de artesanato de Évora, que custou ao contribuinte um milhão e duzentos mil euros em restauro, há pouco mais de dois anos, definha assim de dia para dia, num emaranhado de situações inexplicáveis que aceleram o seu (nas palavras da Câmara Municipal de Évora e do Turismo do Alentejo) aparente "fracasso".

Numa altura do ano em que o fluxo de turismo em Évora é considerável o Turismo do Alentejo e a Câmara Municipal de Évora marcam mais um ponto no interesse que demonstram pela "defesa" da promoção da Arte popular e da Cultura da região Alentejo. Este será um problema que o privado a quem o Museu vai ser oferecido não terá de enfrentar porque tem já garantidas todas as despesas incluso com telefones e demais comunicações até à "sustentabilidade" do Museu Privado de Design,que já a partir do próximo dia 10 de Julho substituirá o Centro de artes tradicionais Museu de Artesanato de Évora.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

As Forças negras e o Museu de artesanato

Resposta a entrevista do Sr Presidente da Câmara Municipal de Évora Dr José Ernesto Oliveira

No passado dia 23 de Junho em entrevista na edição do Semanário Registo o Presidente da Câmara de Évora, Dr José Ernesto Oliveira, classificava – sem referir nomes – o Movimento de Defesa do Museu de Artesanato de “Forças negras”. Afinal o Museu de Artesanato não vai ser substituído, afirmou o Presidente.
Nunca foi intenção chamar-lhe “Museu de Design de Évora – Colecção Paulo Parra” (conforme estava na Proposta de Protocolo aprovada em reunião de Câmara 25 Março 2010), mas sim “Museu do Design e Artesanato”. As “Forças negras” estavam carecas de saber isso e “aquilo” (entenda-se o Museu de Artesanato) até vai beneficiar com isso. Afinal “quantos anos tem a colecção que lá está exposta?”. Coisas velhas portanto. Precisamos é delas modernas e reluzentes…
Também, segundo as palavras da sua vereadora da cultura Cláudia Pereira, “isso só pode valorizar o espaço e o espólio que um suposto grupo de amigos deste museu que agora aparece, nunca conseguiu valorizar”(*).
Para desinformação estamos falados. Também há quem lhe chame “navegar à vista”, conforme – neste caso – a contestação pública.
O aparente “fracasso” do Museu de artesanato – que pertence ao Turismo do Alentejo -a nós se deveu. Afinal o Centro de artes tradicionais, Museu de artesanato que “É para fechar…”; “vai ser Museu conjunto…”; “Poderá ser itinerante…” também terá parte da culpa porque “Não é auto sustentável”… Porventura o único no país que terá essa obrigação. Mas também quem o manda não ser moderno e reluzente?...
Não havia dinheiro sequer para a sua promoção e divulgação e mau grado o seu carácter Regional, o Turismo do Alentejo não encontrou aparentemente ninguém no Distrito capaz de sua gestão e deste milhão e duzentos mil euros nele empregues em recuperação há dois anos apenas. Nem câmaras municipais, nem juntas de freguesia, nem associações de artesãos, nada…
Ainda agora esteve fechado quinze dias, pois a licenciada a contrato a prazo, que tanto varre o chão, vende bilhetes, organiza exposições e faz visitas guiadas, teve uns dias de férias, e o Turismo do Alentejo não tinha ninguem para a substituir…
A única solução para o Museu foi mesmo um privado com uma colecção privada, “colega” da srª vereadora na Universidade, mas que ela “nem conhecia”. Perguntarão: um privado com uma boa ideia submetida a concurso público, correcto?... Nem por isso.
Tem esta colecção de Design industrial algo a ver com a nossa cultura, a nossa região, as nossas tradições?... Não. Tem este privado algum mérito reconhecido, intervenção pública, é benemérito de alguma coisa pelo bem público praticado ou afim?... Nicles.
Então nós, contribuintes, vamos oferecer a este privado um Museu, que acabámos de pagar e custou um balúrdio e é um repositório da nossa história, tradição e cultura porque... sim?!... Parece que sim.
E vamos pagar-lhe esse novo Museu de Design, que vai ter custos fixos pelo menos ao triplo do actual, porque... sim?!... Parece que vamos.
E pelo caminho temos de tornar o acervo histórico de Artesanato do Alentejo necessáriamente parte do Design deste senhor?... É o que parece. Mas menos mal… Quando o tal protocolo foi a votos nem isso lá vinha acautelado… Ainda bem que ele não coleciona borboletas…
Felizmente que o Museu de Design deste conhecido desconhecido do Sr. Presidente e da Srª vereadora não vai ser público como o de Artesanato. Vai ser privado. E já sabemos também que não vai ter problemas de divulgação, falta de pessoal, escassez de verbas ou outros que tais porque para esse estão já garantidas todas as despesas pagas pela Câmara e pelo Turismo do Alentejo (sim… os mesmos que não têm dinheiro sequer para uma substituta de férias) - incluso com aumento de pessoal - até à sua “sustentabilidade financeira” surja ela quando surgir… Nas palavras da Srª vereadora “dado o empenho do colecionador será muito em breve concerteza”…
De facto nunca nos insurgimos contra o Museu de Design e sua instalação em qualquer outro (dos muitos) espaço devoluto da cidade, (como aliás ainda há pouco uma prestigiada galeria internacional o fez) o problema é que este “coleccionador professor da Universidade local, que não deve ter pesadelos nem pesos na consciência pelos estragos que provoca, vendeu a ideia da cidade vir a ser um “centro internacional” do design… começando logo a abrir caminho pisando aqui e ali, fazendo isto resvalar para o ridículo nacional”(**) e quem devia ter a obrigação de actuar com bom senso – o Sr. Presidente da Câmara – parece estar mais preocupado em identificar Forças Negras, que em dar ouvidos ao povo que o elege. E vai daí trata logo de desclassificar e insultar as pessoas que tenham a opinião divergente da sua.
Interesse público?... O Museu de Artesanato custou um dinheirão ao contribuinte. O Turismo do Alentejo não investe no Museu e ele “fracassa”. É oferecido à Câmara e esta atira-o pela janela, por acaso na exacta altura em que um conhecido desconhecido vai a passar, que o apanha e mete ao bolso...
Daqui de onde estou, as únicas Nuvens negras que vejo são as que pairam por cima de toda esta história…

(*) in Caféportugal.net 8 junho 2010
(**)Palminha da Silva in A defesa 19 Maio de 2010

Tiago Cabeça (artesão)
In Semanario Registo 1 Julho 2010

http://www.registo.com.pt/