terça-feira, 20 de julho de 2010

Que futuro para o “Museu do Artesanato"

MUSEU DO ARTESANATO: QUE FAZER, AGORA?

Na semana que passou, houve quem esperasse que nas reuniões da Câmara Municipal de Évora e da Assembleia Geral da Turismo do Alentejo, deliberações dos dois órgãos viessem aprovar uma nova versão do Protocolo para a criação do Museu do Design, dando o passo final para a liquidação do Museu do Artesanato. Mas tal não aconteceu: na reunião de Câmara, a questão foi adiada para quando houvesse informações suficientes; e, talvez em consequência disso, a A.G. da Turismo do Alentejo limitou-se a tratar o ponto como de informação.
Mas ficou claro que, a despeito do parecer desfavorável da Comissão Municipal de Arte, Arqueologia, e Defesa do Património, bem como do parecer igualmente desfavorável da Direcção Regional da Cultura do Alentejo enviado ao Instituto Português de Museus, o presidente da Câmara de Évora e a direcção da Turismo do Alentejo estão empenhados em levar avante a intenção de instalar o coleccionador Paulo Parra no antigo Celeiro Comum, encerrando o Museu do Artesanato.
A fim de desmobilizar as críticas que se fizeram ouvir, introduziram duas alterações no Protocolo de criação do Museu de Design-Colecção Paulo Parra: a primeira no nome do Museu que passaria a Museu de Artesanato e Design, e a segunda na designação da direcção respectiva, que passaria a contar com os pareceres da Câmara e da Turismo do Alentejo. Mudanças de mera cosmética, já que tudo o resto permanece como na primeira versão do Protocolo aprovada pela Câmara em 25 de Março.
Perante este quadro, que fazer?
Sendo evidente que o Museu do Artesanato tem que continuar, e continuar onde sempre esteve sediado, importa saber quem o deverá defender e gerir no futuro, já que a Entidade Regional do Turismo mostrou que não soube dinamizá-lo, que o pretende substituir por uma colecção privada ou fechá-lo, caso o projecto Paulo Parra não vá avante, pelo que, obviamente, esta entidade perdeu as condições e a legitimidade para continuar a tutelá-lo.
Recorde-se que o Museu do Artesanato, criado em 1962, foi tutelado pela então Junta Distrital e depois do 25 de Abril, pela Assembleia Distrital de Évora, em nome do povo deste território, e a sua gestão só foi transferido para a Região de Turismo de Évora por conveniências do financiamento comunitário do projecto.
Importa, pois, lançar o debate sobre qual a entidade que deverá gerir o Museu. Para tal, convidam-se todos os que se têm manifestado contra a liquidação deste projecto de memória e salvaguarda da cultura popular, a participar na reunião que terá lugar na próxima quinta feira dia 22 de julho às 18 horas, na Sede do Sindicato dos professores de Évora. Av. Conde Vilalva (estrada de Arraiolos) nº 257.

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