sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sob o pesado manto do “Observatório de Turismo do Alentejo”, esconde-se a verdade nua da mesquinhez “institucional”? *


O dique das mistificações rompeu-se!
Mesmo que ainda subsista aqui e ali a aparência de uma ténue urbanidade, de um mitigado cosmopolitismo, bastou pequena contrariedade, choque mínimo das absurdas pretensões contra a lógica da realidade cultural da Região Alentejo, para fazer ruir o marketing “pseudo-institucional” da entidade “Turismo do Alentejo”…

*
Palavras de circunstância do presidente da “Turismo do Alentejo”, ERT, no acto de lançamento público (5/10/2010) do “Guia de Museus do Alentejo”, ocorrido no claustro do Museu de Évora, com a presença (em traje “descontraído”) da Senhora Vereadora da Cultura do município eborense, bem como técnicos superiores do dito Museu: “Entendemos ser necessário haver um conjunto de guias de produto (turístico) que dessem uma resposta sistemática relativamente à oferta existente em toda a região”.
*
Entretanto, no dia 14 de Outubro do corrente ano, sobre a porta do “Centro de Artes Tradicionais”, antigo “Museu do Artesanato de Évora”, a direcção da entidade “Turismo do Alentejo” mandou colocar um aviso (anexo) em português, inglês e espanhol: - Aí se declara que a unidade museológica se encontra encerrada até 24 de Outubro… por falta de pessoal!


Esta declaração pública sobre a falta de pessoal (férias da única licenciada, técnica superior de serviço, que além de ter de cobrar as entradas no espaço, costuma ocupar-se da lavagem do chão, organizar exposições periódicas e fazer as visitas guiadas), aponta-nos um anormal exercício dirigente da tutela, testemunhando, assim, e pela primeira vez, talvez sem se aperceber, a sua assombrossa incúria na administração dos espaços museológicos sob a sua administração (“Turismo do Alentejo”), das suas inesperadas insuficiências de organização que, depois dessa “história” de querer fazer um museu do “design industrial” à custa do apagamento do espaço museológico do artesanato, lhe vão custar, dizia, um galope de gargalhadas!!! Vemos, portanto, como são fortes os traços culturais que ligam organicamente os dirigentes do “Turismo do Alentejo” à própria Região; como se pode ir da edição do “Guia de Museus do Alentejo” ao encerramento de unidade museológica…
Independentemente das divergências políticas que o cidadão possa ter com o PS no exercício do Poder (no Alentejo), esta forma de organizar e dirigir, refractária aos interesses da Região, não é favorável para a imagem do partido destes senhores e senhoras, com o inusitado suplemento de ser vergonhosa para o Alentejo!
____
* Não era minha intenção voltar a falar do”centro de artes tradicionais” e da entidade “Turismo do Alentejo”… No entanto, verificamos que há um “misterioso” sentido do arbitário e da estultícia, que leva nomeados dirigentes politicos regionais a prestarem vassalagem à banalidade pré-ordenada (secretamente?), bem como à disfuncionalidade crónica e ao dilacerante non-sense …

Palminha da Silva in "A defesa"

Sem comentários:

Enviar um comentário