segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uma vaga ideia de memória

Há dois anos e meio que abriu o Centro de Artes Tradicionais de Évora, herdeiro do Museu de Artesanato que ocupou o mesmo edfificio histórico dos Celeiros Comuns entre 1962 e 1991, e já surge a ideia da câmara e do Turismo do Alentejo de aí instalar a Colecção de Design de Paulo Parra.
A colecção Parra é uma excelente colecção e era bom que fosse mostrada de forma permanente, mas é preocupante ver a facilidade com que as entidades públicas ultimamente se dispõem a abrir e fechar museus com a maior das leviandades e sem que haja avaliação de espécie alguma do que foi feito.
É certo que os maus exemplos vêm de cima e já tivemos uma ministra a dizer naturalmente que os “museus nascem e morrem” sem que fosse elucidada sobre a lei internacional e nacional que os considera “instituições de carácter permanente”.
As instituições culturais não são os mastros dos santos populares, que se armam e desarmam nas alturas certas, e as cidades, além de gente e espaço, são memória e instituições.

Joaquim Caetano in “Público” 9 de Maio de 2010

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